Fui então surpreendido por uma experiência que ele compartilhou: sua empresa buscava um profissional sênior no mercado e recebeu quase 500 currículos. O curioso é que a maioria não tinha o perfil solicitado. Uma ferramenta de inteligência artificial filtrou os 20 melhores e, para surpresa dele, muitos eram apenas operadores de ferramentas de BI — faltava a eles a competência de cientista de dados exigida pela vaga.
Levanto aqui uma reflexão: até que ponto os processos de seleção que utilizam algoritmos estão realmente entregando os profissionais certos? Não acredito que faltem profissionais com essa senioridade. Eu mesmo já recebi devolutivas dizendo que não preenchia todos os requisitos — será que estão encontrando os candidatos ideais? Ou será apenas mais um filtro mal calibrado?
Partindo da lógica de que a "inteligência" (artificial ou não) do RH seleciona os melhores currículos, como explicar que profissionais de qualidade duvidosa ocupem vagas sênior com certa facilidade, enquanto os verdadeiros especialistas enfrentam enormes dificuldades para assumir novos desafios? Quem está errando: o profissional sênior/especialista ou o setor de atração de talentos, que não consegue captar os melhores?
Para fechar: uma empresa de consultoria onde ex-colegas meus (alguns excelentes, outros nem tanto) ocupam posições sênior me convidou para assumir uma vaga de júnior, pois estavam com dificuldade de preenchê-la. O mercado enlouqueceu? O júnior virou o novo especialista?
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