Teoria de Resposta ao Item
- Devido à grande polêmica, fiz uma pequena busca bibliográfica sobre o tema, o qual apresento aqui neste espaço.
- Este texto é baseado em parte em materiais da Fundação Carlos Chagas, a qual tive acesso e em parte, informações coerentes garimpadas em diversos sites sobre o tema, não sendo, portanto, totalmente inédito. Não entrarei muito em detalhes das equações envolvidas, como as escalas são construídas por agora, mas estou preparando material referente a isso ainda para esses dias.
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- Ao fim do texto, apresento algumas referências úteis para quem desejar ir mais a fundo tecnicamente no tema.
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- Aspectos técnicos
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- No aspecto técnico da coisa, a Teoria de Resposta ao Item trata o problema da estimação da habilidade e conhecimento de um examinando de forma essencialmente diferente: o enfoque das análises desvincula-se das provas (Teoria Clássica dos Testes) e concentra-se nos Itens; se na Teoria Clássica dos Testes as estatísticas dos itens dependem da população dos examinandos e da prova à qual os itens pertencem, na Teoria da Resposta ao Item cria-se o conceito de que os parâmetros dos itens, obtidos no processo estatístico de "calibração" dos parâmetros de dificuldade, discriminação e acerto casual dos itens são características próprias dos mesmos.
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- Costuma-se considerar que a característica de medição dos Itens, representados por seus parâmetros, são invariantes no tempo com algumas ressalvas, por exemplo: um item que aborde o conhecimento sobre eclipses solares e lunares estará sujeito a variações de suas características de medição conforme o modismo, sobretudo quando um eclipse ocorre; em casos como esse, a invariância dos parâmetros do item no tempo não deve ser considerada como verdadeira.
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- Consideradas as ponderações anteriores, uma característica fundamental para a viabilidade de comparação da habilidade e conhecimento de examinandos submetidos a provas diferentes é que a Teoria da Resposta ao Item modela a probabilidade de acerto a um item, também conhecida como Curva Característica do Item, através de uma função não linear do conhecimento dos examinandos.
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- Essa característica da modelagem da Teoria da Resposta ao Item é de grande importância pois, desse modo, é possível comparar o conhecimento dos examinandos submetidos a provas diferentes sendo necessário apenas que as provas meçam as mesmas características; essa propriedade é essencialmente útil para sistemas de avaliações onde é possível submeter uma grande quantidade de tópicos de uma matéria em sala de aula (útil para se ter um painel geral sobre o ensino de vários tópicos) com os alunos respondendo apenas um conjunto pequeno dos itens utilizados na avaliação (útil para não tornar as provas excessivamente extensas).
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- Histórico
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- A Teoria da Resposta ao Item surgiu a partir de discussões teóricas sobre a viabilidade de se comparar as habilidades e os conhecimentos de examinandos submetidos a provas diferentes. A Teoria Clássica dos Testes, principal teoria estatística para medida dessas características na época, via-se diante de enormes dificuldades para comparar as habilidades e os conhecimentos de examinandos submetidos a provas diferentes.
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- Nesse sentido, em 1950, se definiu, no âmbito da Teoria Clássica dos Testes que duas provas podem ser consideradas formas paralelas quando, após a conversão para a mesma escala, suas médias, desvios padrão de acertos bem como demais correlações do número de acertos com todo e qualquer outro critério fossem iguais. Em 1971, ainda no âmbito da Teoria Clássica dos Testes, foi definida a equivalência de provas ao apresentar as seguintes exigências:
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- As provas devem medir a mesma característica ou habilidade;
- A equivalência estabelecida deve ser independente dos dados em particular utilizados para estabelecer esse princípio e deve ser aplicável em todas as situações parecidas;
- Os escores de duas provas, uma vez estabelecida sua equivalência, devem ser substituíveis entre si, e;
- A equivalência deve ser simétrica, ou seja, não deve fazer distinção entre a prova particular escolhida como base de referência.
- Ainda no âmbito da Teoria Clássica dos Testes, em 1977, a noção de escores substituíveis ganha nova dimensão com a introdução do conceito de equidade: Os escores transformados y* e observados x podem ser considerados "equivalentes" quando houver indiferença se um examinando responder a prova X ou Y. De acordo com esse princípio:
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- Torna-se inviável a tentativa de se estabelecer a equivalência entre provas que medem diferentes características ou habilidades;
- A equivalência de escores com margens de erro desiguais não pode ser estabelecida;
- Não se pode estabelecer a equivalência de provas que refletem diferentes níveis de dificuldades.
- Portanto, se as provas X e Y têm dificuldades diferentes, a relação entre seus escores verdadeiros é necessariamente não linear devido aos efeitos de piso e de teto. Se duas provas têm uma relação não linear é implausível que elas sejam igualmente fidedignas em todos os grupos de examinandos. Isso leva à conclusão incômoda de que, a rigor, não se pode tornar equivalentes os escores observados em provas de dificuldades diferentes.
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- Bibliografia sugerida
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- Cito abaixo os textos que possuo cópia em meu poder, possuo também material em Inglês, caso alguém se interesse sobre tais referências, basta solicitar. A página da wikipedia sobre o assunto é uma referência interessante, sendo baseada em grande parte nas publicações citadas abaixo.
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- Andrade, D., Valle, R. (1998). Introdução à Teoria da Resposta ao Item. Estudos em Avaliação Educacional. São Paulo: Fundação Carlos Chagas, 18, 13-32.
- Fletcher, P (1995). Procedimentos para Estabelecer a Equivalência de Provas com Modelos da Resposta ao Item. Ensaio. Rio de Janeiro. v. 3, n. 6, p. 41-54.
- Klein, R. (2003). Utilização da Resposta ao Item no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB). Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação. Rio de Janeiro, 11, 40, 283-96.
- Valle, R. (2000). Teoria da Resposta ao Item. Estudos em Avaliação Educacional. São Paulo: Fundação Carlos Chagas, 21, 7-91.
Caro Leonard
ResponderExcluirParabéns pelo blog.
Gostaria de sugerir, no intuito de esclarecer as pessoas, mais alguns links e documentos internacionais sobre a utilização TRI, postados em http://jpiton.blogspot.com/2010/11/onu-unesco-pisa-e-documentos-oficiais.html
Grato
Att.
Jean Piton - UFSCar
Acho que você vai gostar do texto sobre TRI que postei no meu blog: http://carloscollares.blogspot.com/2011/01/teoria-de-resposta-ao-item-tri-e-o-enem.html
ResponderExcluirEspero que goste!
Abs,
Carlos